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O que é a Discalculia do Desenvolvimento?

Pra que saber matemática? Este é um questionamento que paira sobre muitos alunos… Esta ciência está presente em nossa vida, no nosso dia a dia, e ter conhecimento dela e sobre ela, nos dá maior liberdade e qualidade de vida. Exemplos? Ao olhar as horas, ao determinar quando tirar a tinta dos cabelos, ao cozinhar, a ida no supermercado, ao utilizar o microondas, ao pagar qualquer coisa e conferir o troco… Etc. 

A chamada Cognição numérica, se dá em duas etapas:

Primária: é o senso numérico, a subtização (o cálculo ao bater o olho) e a estimativa (utilizar métodos, ferramentas, mais que uma batida de olho para determinar uma contagem, um resultado).

Secundária: o pensamento número e os cálculos, que envolve o processamento de símbolos, que é um papel crucial da escola, trabalha problemas, soluções e portanto, interpretação e cálculos. 

As causas do mal desempenho na matemática podem ocorrer por:

Causas primárias: são as neurológicas, ou seja, discalculia e acalculia (que é a perda da aptidão matemática por acidentes, etc). 

Causas secundárias: são as relacionadas a deficiências e transtornos, como o TDAH, a dislexia, etc. 

Também pode haver mal desempenho por motivos não neurológicos: 

  • Fatores escolares (método de ensino, relacionamento com professor, etc);
  • Fatores sociais
  • Ansiedade matemática 

Mas afinal… o que é Discalculia? 

A discalculia é um deficit seletivo e específico que afeta a habilidade de interpretação, aquisição, compreensão, utilização, do sistema matemático. /
Esta condição é BIOLÓGICA, exclusivamente biológica, não tendo relação com escola, relacionamentos e/ ou traumas, e se faz presente desde a infância. 
As crianças e adultos afetados pela condição tem dificuldade e apresentam lentidão ao trabalhar a matemática, envolvendo até mesmo cálculos mentais, apresentam baixo raciocínio matemático e costumam fazer uso de estratégias primitivas para contagem (dedos, palitinhos…), lembrando que tem fatores biológicos, não tendo relação com o método de ensino.
Não podemos confundir Discalculia com dificuldade na Matemática… As dificuldades de aprendizagem em qualquer área podem ser superadas com acompanhamento e orientação pedagógica, trabalho diferenciado e direcionado. A discalculia é um deficit biológico, que não pode ser revertido por estratégias de ensino, por isso, temos de saber como lidar com os alunos que convivem com ela. 
A Discalculia dificulta que a pessoa trace uma linha numérica mental, por isso a compreensão e a apropriação se torna mais difícil, para eles… não faz sentido. Esta condição não traz características físicas, mas traz características da aprendizagem que podem ser percebidas desde a pré-escola, vejam aqui algumas:

Pré-escola: 

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  • Dificuldade na contagem (0-10);
  • Dificuldade em entender sequências e posições;
  • Raciocínio matemático lento.

Ensino Fundamental:

  • Dificuldades em lembrar fatos numéricos (2+2=4);
  • Dificuldade em identificar sinais (-, +, x, / );
  • Inverte e repete números;
  • Não consegue organizar contas;
  • Não consegue solucionar problemas;
  • Não compreende o sentido das contas (principalmente nas contas “de subir”);
  • Dificuldade com termos que se referem a quantidades (menor, maior…etc);
  • Organização espacial comprometida;
  • Não compreendem o valor posicional (54= 50+4);
  • Senso de direção comprometido;
  • Dificuldade em ver as horas;
  • Costumam apresentar grande insegurança em relação a Matemática.

Observação: lembrando que nem todas as crianças tem as mesmas características.

Ensino Médio e vida adulta: 

  • Dificuldades em pontuação de jogos;
  • Dificuldades com medidas;
  • Dificuldades com trocos;
  • Dificuldades com cheques (números por extenso também são um problema);
  • Continuam a utilizar métodos primitivos de contagem;
  • Lentidão no trabalho;
  • Dificuldades em armazenar aprendizados e informações com números;
  • Memória de curto prazo;
  • Dificuldades com símbolos e termos matemáticos. 

E o que é a Ansiedade Matemática? 

A ansiedade matemática pode ser descrita como um medo paralizante, que traz sintomas físicos (enjoo, dor de cabeça, suor…etc). Em casos extremos, Terapia Emocional pode ser um auxílio. 

Como vimos, a Discalculia traz prejuízos na vida social, na vida financeira, na vida acadêmica e na vida profissional… então, cabe a nós, educadores trabalharmos de forma positiva com esses alunos, para amenizar esses prejuízos, ter paciência, compreensão e encaminhá-los para avaliação quando sentirmos que apresentam características deste déficit. 

Algumas dicas para sala de aula: 

  • Técnicas multisensoriais;
  • Verbalizar passo a passo (apoio oral);
  • Trabalhar a linguagem matemática;
  • Uso do papel quadriculado para melhor organização;
  • Utilizar linguagem clara, de fácil entendimento;
  • Utilizar cores, lápis coloridos;
  • Evitar forçar/convidar a criança a participar de atividades matemáticas que envolvam exposição (perguntar resultados de cálculos mentais, pedir para fazer cálculo na lousa, etc);
  • Não expor as notas dos alunos; 
  • Elogiar e motivar sempre;
  • Evitar críticas, apesar do esforço, o aluno nunca superará a Discalculia;
  • Proporcionar tempo extra para realização de provas;
  • Deixar que utilizem calculadora, tabuada e outros recursos para facilitar a realização das atividades;
  • Se necessário, adaptar a prova;
  • Ler o problema proposto quantas vezes for necessário.

Por fim, e muito importante: Há dificuldade, uma diferença, mas o transtorno não impede a criatividade, o bom empenho, etc. Seja empático, compreensivo, paciente. Dê o seu melhor e provavelmente, o seu aluno que convive com a Discalculia, lhe dará o seu melhor. 

Para saber mais: 

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