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Inteligência emocional: O que se aprende com afeto é lembrado com amor

Publicado originalmente em Sou Mamãe. Imagem de capa de Komako Sakai.

Educar com afeto é oferecer uma infância com razão e com coração. É dessa forma que orientamos nossos filhos com base na paciência e no respeito, que se atende as necessidades sem pressa nem intervalos, mas passo a passo, e de mãos dadas

Por mais curioso que pareça, nos dias de hoje ainda há muitos pais, muitas mães, e inclusive professores que continuam utilizando uma educação baseada nas clássicas estratégias comportamentais do reforço e da correção. Admite-se como verdade que as crianças são uma espécie de tábula rasa, nas quais é preciso introduzir conhecimentos à força, porque elas, é claro, “não sabem de nada”.

No entanto, ao invés de entender a educação a partir dessa perspectiva deveríamos enxergá-la mais como um despertar. É abrir os olhos à vida e ao mundo, e tal conhecimento deve ser experimentado por meio da curiosidade, do afeto e do respeito verdadeiro em relação à uma criança cujos aprendizados interiorizados podem ser lembrados e aplicados graças ao amor.

Todos já ouvimos, e inclusive, provavelmente já vivemos na pele aquele conselho que diz “a letra com sangue entra”. Apesar de não ser correto deixar de lado a sempre importante cultura do esforço, o que não é pedagógico nem justificável, é nos focarmos na cultura do sacrifício, quando eliminamos a magia da infância de uma criança e a conduzimos apenas por meio de castigos e recompensas.

Aprender com afeto, acreditemos ou não, é a chave do sucesso porque criar com ternura e guiar com afeto é respeitar as crianças para que o despertar da vida seja algo intenso, efetivo e feliz.

A educação com afeto é guiar por meio da Inteligência Emocional

Nos dias de hoje, há muitos profissionais da educação que promovem esse tipo de despertar, essa mudança de abordagem nas aulas, nas quais se aplica no dia-a-dia a Inteligência Emocional. Fatores como promover os valores positivos, colocar os reforços positivos acima dos negativos, ou priorizar as atividades de cooperação em relação às de competitividade é o que pouco a pouco pode gerar grandes resultados.

Se nas escolas infantis e nos colégios tenta-se promover essa abordagem, também é preciso estar em sintonia com essa proposta em casa. De fato, temos certeza de que muitas das nossas mamães e dos nossos papais, aqueles que nos acompanham todos os dias, estão aplicando muitos desses conceitos-chave que a Inteligência Emocional nos propõe. Nesse tipo de abordagem, o afeto no tratamento e a proximidade compreensiva dos pais são as estratégias mais efetivas na hora de criar um menino ou uma menina.

Para isso, e para refletir um pouco mais sobre o tema, propomos nos aprofundar nessa questão que, sem dúvidas, vai ser de grande ajuda:

A criança não é uma folha em branco

É preciso se desapegar das clássicas abordagens sobre o desenvolvimento e o modo de aprendizado de uma criança, para ser mais eficiente na hora de criar e educar. Nossos pequenos não são “folhas em branco”. Se fosse assim, todos eles seriam iguais e se comportariam da mesma maneira na infância.

Somente quando compreendemos como elas são, quais emoções são predominantes, ou como se relacionam melhor com as coisas e conosco é que conseguimos educar com sucesso.

Essa viagem, da infância e da educação, somente pode ser realizada com sucesso com base no afeto e na atitude paciente de quem compreende e intui. Porque as crianças não são cofres vazios, não são caixas ocas.

Elas estão cheias de sonhos, de emoções opostas, de ansiedades e, também, de medos.
Nosso trabalho reside, portanto, em conhecer todos esses mundos interiores para ajudá-las a potencializar suas habilidades e suas capacidades ao máximo.

Educar com afeto é educar com paciência e sem pressa.

É conhecer as necessidades dos nossos filhos.

É fazer uso do reforço positivo, é ser um guia que sempre está por perto quando a criança se engana ou faz algo errado, é saber dizer “estou aqui com você, sei que você consegue fazer melhor e eu vou te ajudar”.

Educar com afeto é não criar com gritos, é não comparar nossos filhos com as outras crianças nem falar na frente deles como se não estivessem presentes enquanto comentamos seus defeitos, suas manias, seus erros, suas limitações…

Ser um pai ou uma mãe que educa com afeto é ser alguém que sabe claramente o que deseja para seu filho: alguém que não quer filhos perfeitos, mais bonitos, nem mais inteligentes. O que se deseja acima de tudo é que a criança seja uma pessoa FELIZ.

Para concluir, no seu dia-a-dia com seus pequenos tesouros nunca se esqueça dessas três palavras: afeto, paciência e presença. Elas serão suas grandes aliadas.

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