1- Para contar histórias (oralizadas) aos alunos, se você tem na sala alunos surdos ou com deficiência auditiva, utilize recursos visuais e, ao longo da narrativa, observe se as crianças – mediante, por exemplo, expressões de admiração, medo, riso, etc. – demonstram compreender o que está ocorrendo. Utilize objetos: bonecos, bichos, carrinhos, casinhas, etc. Ao terminar, peça aos alunos que desenhem a história e então procure perceber no desenho da criança surda os detalhes das cores, dos tamanhos e, sobretudo, dos sentimentos que se evidenciam no texto: medo, maldade, alívio, etc.
Faça kits de “contação” de histórias:
1. Avental de histórias;
2. Saco de histórias;
3. Caixa de histórias;
2- Ao contar histórias lidas, observe-se o livro está sendo visto pelo aluno. Deixe-o sempre na posição que possa observar os detalhes da escrita e da ilustração. Peça também, ao final, que os alunos desenhem ou reescrevam a história. Conte então novamente a história, apontando com o dedo para as ilustrações e para o texto. Se possível faça tarjas com o texto da história e as coloque na parede.
* Não se esqueça que os alunos surdos/DA perdem muito da abstração que a linguagem nos oferece, por isso procure dar vida – cor, cheiro, textura e gosto – á história.
3- Para a alfabetização, principalmente se você tem alunos surdos/DAs, não é muito indicado que utilize o método sintético – silabação. A escrita deve estar sempre associada ao seu significado, ou seja, a palavras, frases ou textos. Faça uma atividade de escrita dos nomes dos objetos da sala e, em seguida, afixe-os nos lugares correspondentes a eles: porta, janela, lousa, etc. Faça listas de outros objetos da escola, da casa, da cidade, do parque, da igreja, etc.
4-Faça um painel com as letras do alfabeto e, na vertical, na direção da letra, peça aos alunos que colem figuras e escrevam o nome correspondente.
5- Recorte figuras de revistas, cole-as em cartolina, faça legendas que as descrevam e pendure-as na parede da sala. Alguns dias depois, retire as legendas e peça que, com basenas figuras, os alunos reescrevam as legendas.
6- Faça um painel com rótulos de produtos. Faça a leitura desses rótulos, associando-os á utilização dos produtos a que correspondem. Essa atividade possibilita ao aluno surdos/DA ampliar e especificar a linguagem por meio do vocabulário.
7-Caso haja surdos/DAs em sua turma, para auxiliar a memorização da escrita, faça crachás com os nomes de todos, incluindo o seu, para serem usados durante a aula.
8- Para fazer um ditado, utilize desenhos, objetos, ou diga as palavras de forma bem pausada, olhando para os alunos. Esta última forma auxilia o surdos/DA na aprendizagem da leitura labial. Você pode também utilizar a mímica de animais: macaco, onça, pássaro, etc; objetos: escova de dentes, peças de vestuário, livro, etc; ações: nadar, pular, escrever, etc.
9- Para escrever os nomes das cores, utilize o lápis da cor escrita. Por exemplo, escreva vermelho com lápis vermelho, etc. Peça que os alunos façam a bandeira do Brasil, de cada um dos Estados, etc.
10- Escreva palavras faltando letras, para que sejam completadas. A essas palavras associe desenhos. Essa atividade chama a atenção dos alunos para o número de letras necessário á composição das palavras. No caso dos alunos surdos/DAs, que não percebem o nível fonético da língua, a atividade também auxilia na construção do conhecimento da escrita, o qual se realiza por meio do recurso da memória visual.
11-Faça com seus alunos um álbum de fotos de família e peça que escrevam os respectivos nomes de seus familiares. Os alunos DVs (deficientes visuais) poderão descrever os familiares oralmente e ter a escrita dos nomes feita por outro colega. Neste caso, tanto os DVs quanto aqueles que forem ajuda-los mobilizarão capacidades: os primeiros, para descrever o melhor possível seus familiares; os segundos, para interpretar as descrições efetuadas e relacionar corretamente nomes e fotos.
12- Faça um quebra-cabeça de palavras associando-as um desenho, pois as imagens constituem um suporte importante no processo de aprendizagem.
13- Faça palavras cruzadas com nomes de alunos da classe ou com outras palavras, sempre associadas a uma imagem.
14- Para auxiliar a escrita de textos, faça com os alunos alguns passeios pelos arredores da escola e peça que descrevam, na modalidade escrita, o que viram. Os alunos DVs poderão descrever as sensações oralmente, as quais serão registradas por outro colega.
15-No caso de haver DVs em sua classe e tais alunos não terem disponível o método Braille, faça para eles um alfabeto móvel. Este pode ser feito de vários materiais: madeira, papelão, rolos de jornal, etc. As letras de rolo de jornal são produzidas assim:
* Enrole a folha de jornal na posição diagonal, mantendo-a sempre o mais apertado possível.
* Ao terminar, passe cola na ponta que ficou solta.
* Modele então a letra – para isso, use a fita adesiva.
Você poderá fazer também cartelas com letras em alto-relevo, usando sementes, restos de lixa de ferro oumadeira, etc.
16- Se você tem alunos DVs, torne suas aulas mais auditivas. Todos os textos utilizados devem ser lidos em voz alta, se for necessário mais de uma vez. A compreensão e a interpretação do texto devem ser sempre feitas oralmente, antes de ser escritas.
17- Para alunos que ainda não identificam as letras, o professor pode desenvolver jogos que envolvam as letras. Por exemplo:
* Faça um alfabeto de cores: amarelo, branco, creme, dourado, etc.;
* De objetos: aliança, boneca, carroça, etc.;
* De frutas: abacate, banana, carambola, damasco, etc.;
* De nomes de pessoas, etc.;
18- Para ensinar letras e números, faça em sua sala de aula um jogo de bingo. Você pode fazer duplas, caso você tenha em sua sala crianças com deficiência mental ou visual, para que eles possam identificar mais facilmente os itens sorteados. Você pode variar esse jogo, fazendo uma relação entre quantidade e número: por exemplo, na figura da cartela aparecem três objetose você diz “três”. Isso também pode ocorrer com as letras. Você sorteia a palavra e a criança tem de marcar a letra inicial dela, que está na cartela.
19- Na apresentação e memorização das famílias silábicas utilizar palabras que se repetem ritmicamente, permeando uma poesia, uma parlenda ou uma canção (por exemplo: “A flor amarela” de Cecília Meireles). Os exercícios tanto orais quanto escritos poderão ser feitos vinculados a um texto desde o vocabulário básico, silabação, interpretação até uma atividade mais lúdica como um jogo de rimas com cores (fichas azui escrito pão, mão, não, etc, fichas rosas escrito fada, nada, cada, etc, distribuídas aos alunos, um começa levantando sua ficha e a completa formando pares);
20- Partindo do próprio nome da criança, criar novas palavras associando-as ás características da criança. Formam-se frases do tipo: “Paulo pegou um pequeno pato”, “Pegou as peras e preparou um apetitoso prato”. Esta frase é construída em conjunto com a classe e o nome a ser trabalhado deverá ser colocado espontaneamente para o grupo trabalhar. O professor deve ter o cuidado de explicar e explorar o vocabulário por ele e a turma escolhido e trabalhado.
21- A repetição rítmica de uma simples quadrinha, com palmas ou outras batidas corporais, com certeza será bastante enriquecedora, dando condições para uma estruturação rítmica, e conceitos de sequência e seriação. Estes conceitos serão transpostos gradativamente a estrutura frasal.
22- Reunir a classe, pedir que dêem uma outra direção ao fim de uma história já conhecida de todos como os contos infantis, inserindo outras ações nas falas dos personagens.
23-“SACO DAS NOVIDADES”
Objetivos: Estimular na criança a habilidade de expressar-se perante um grupo;
Desenvolver na criança a capacidade de expor seus pensamentos de
Forma clara e organizada, situando-se no tempo e no espaço, utilizando este recurso como apoio.
Material: 1 saco de pano, com a inscrição SACO DAS NOVIDADES no centro e o nome da criança abaixo, em cola colorida, tinta para tecido ou bordado.
Desenvolvimento: Cada criança deve possuir seu próprio Saco das Novidades que será
levado para casa toda 6ª feira. Durante o final de semana colocará no saco um objeto ou qualquer material que represente ou faça parte de alguma atividade realizada neste período (seja um passeio, uma brincadeira, um lanche, um momento em casa,…).Se não houver possibilidade de colocar uma representação concreta, que seja então uma folha com um desenho da atividade desenvolvida.O Saco das Novidades deve ser trazido e explorado em sala sempre na 2ª feira. A criança mostra o objeto e conta em (no caso de alunos surdos/DA pode ser contando em língua de sinais) o que ele significa que atividade representa, onde e quando foi realizada, quem participou dela…. Se não consegue fazê-lo espontaneamente o professor pode,num primeiro momento, auxiliar fazendo-lhe alguns questionamentos: “O que você trouxe aí?”, “É seu? Não? De quem é?”,“Quando fez isto, foi no sábado ou no domingo?”, “Você gostou?”,…
A partir dessa socialização o professor pode propor aos alunos outras atividades, como criação de frases, pequenos textos, histórias em quadrinhos, ilustrações, e etc.
24-Na apresentação e memorização das famílias silábicas utilizar palavras que se repetem ritmicamente, permeando uma poesia, uma parlenda ou uma canção (P.e. “A flor amarela” de Cecília Meireles). Os exercícios tanto orais quanto escritos poderão ser feitos vinculados a um texto desde o vocabulário básico, silabação, interpretação até uma atividade mais lúdica como um jogo de rimas com cores (fichas azuis escrito pão, mão, não etc., fichas rosas escrito fada, nada, cada, etc., distribuídas aos alunos, um começa levantando sua ficha e a completa formando pares).
25- Para trabalhar a percepção visual das palavras sugerimos listas e rimas onde uma palavra pode ser transformada em outra com significado completamente diferente. (P.e. – sol, sal, mal, mar ou longe, monge, monte, morte, morto, porto, perto). Esta atividade tem que ter o cuidado de trabalhar o vocabulário e o significado das palavras procurando trazer tudo o que é falado para situações concretas ainda que seja com ilustração. As palavras deverão ter sido trabalhadas anteriormente com a criança e, este trabalho deve ser delegado a família.
26- Empregar dramatizações com as crianças, ou com confecção de bonecos, fantoches desenhados e pintados no dorso e na palma da mão com caneta esferográfica e complementados com fios, papéis, etc. Ajudam aos alunos, principalmente os com necessidades educacionais especiais, a prestarem mais atenção na dramatização, e assimilar melhor o conteúdo que o professor deseja transmitir.
27- A repetição rítmica de uma simples quadrinha, com palmas ou outras batidas corporais, com certeza será bastante enriquecedora, dando condições para uma estruturação rítmica, e conceitos de seqüência e seriação. Estes conceitos serão transpostos gradativamente a estrutura frasal.
28- Antes iniciar um conteúdo, com um aluno surdo, deverá trabalhar os aspectos da sua colocação social e o vocabulário próprio, seu significado. Melhor seria utilizar a LIBRAS, mas na ausência desta estabelecer com o aluno sinais e gestos específicos para cada palavra a ser utilizada.
29-Mímicas:
-Confeccionar vários cartões com palavras que estejam sendo trabalhadas.
-Sortear os cartões entre os alunos que terão que ler a palavra,
reconhecê-la, de preferência sem ajuda, e representá-la através de mímica para que os colegas descubram qual é.
– Aproveitando a brincadeira: a resposta não pode ser falada,precisa ser escrita no quadro pois o objetivo é o português.
-As palavras ficam no quadro até o final das apresentações e depois são copiadas por todos sendo aproveitadas em outras atividades.
– As apresentações dos alunos também podem ser registradas em forma de texto.
30- Quando o professor, for oferecer á classe um extenso texto escrito, sugerimos que o mesmo seja intercalado de ilustrações ricas e significativas. No final do texto de um pequeno vocabulário com as palavras que os alunos não conhecem poderá ser elaborado pela classe toda. Feita a lista, formam-se duplas para buscarem no dicionário o significado da palavra. Desta forma o professor facilitará a compreensão do texto e oferecerá a possibilidade de uma orientação individual pelo colega de classe que formará com ele a dupla.
FONTE: https://atividadesdaprofessorabel.blogspot.com/2017/04/dicas-para-trabalhar-com-aluno-surdo-em.html#more
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