As crianças, pelo menos por enquanto, não estão previstas na estratégia de vacinação contra a Covid-19. O principal motivo, além de elas não fazerem parte do grupo de risco da doença, é a falta de estudos dos imunizantes para a faixa etária.
“Nenhum país do mundo tem estudos que mostrem a utilização de vacinação na faixa etária pediátrica. Até onde eu saiba, a gente não viu nenhum trabalho que mostre [a vacinação em crianças] ou nenhuma desenvolvedora que tenha colocado [uma vacina] na fase 3 nessa faixa etária. Nós não temos dados em relação a essa questão”, disse Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde.
O Ministério da Saúde divulgou um plano estratégico para a vacinação contra a Covid-19, que seguira em 4 etapas:
- Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.
- Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.
- Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).
- Quarta fase: Professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.
“Não foram feitos estudos clínicos nesta população. Vamos ter que aguardar a continuidade dos estudos. Até por que esta não é uma população que está com mais risco, é a população menos afetada. Isso é a política do Ministério da Saúde e do mundo todo”, disse.
Domingues traz como exemplo similar, neste sentido, uma das vacinas pneumocócicas conjugadas – contra pneumonia, meningite, otite – aprovada pelo ministério e que só foi liberada para crianças de até 5 anos de idade, devido aos estudos científicos feitos nessa faixa etária. A vacina da gripe também passou por processo semelhante.